domingo, 8 de novembro de 2020

(Re)descobrindo a Serra da Lousã - Baloiço de Trevim

 


Os dias são pequenos nesta altura do ano,  após percorrer os Passadiços da Ribeira de Quelhas fomos até ao alto da Serra onde o Baloiço de Trevim espera por todos, crianças, jovens ou adultos, que como eu,  desejam sentir por uns minutos a meninice que já passou. A Paisagem é linda, ao longe,  duas cordas já gastas seguram uma simples tábua de madeira e eis o baloiço que me transportará á infância. Não está ninguém presente naquele momento tornando-se o meu momento.   Chego mais próximo,  o silêncio estabelecido é quebrado pela minha voz alegre,  pela lembrança de tempos idos. O baloiço é alto para mim e entre tentativa e erro e muita risada conquisto finalmente o lugar e sinto a alegria de viver a vida no seu auge. 

Ao longe pessoas aproximam-se, também elas desejam sentir o espirito da criança que todos temos em nós. 

A chuva continua a fazer-se sentir presente, eu teimo em querer ficar para registar o pôr do sol,  ali naquele lugar mas o mesmo fecha-se entre  nuvens, não há nada que eu possa fazer. Dirigimo-nos ao carro é hora de agradecer este dia e seguirmos o caminho da nossa própria vida. O dia foi maravilhoso e estou imensamente grata.






Sente! 
Já foi sente de sentar, era o antigo baloiço da Serra da Lousã que sucumbiu ao peso de tantos se sentarem, hoje ali no chão encostado a um tronco passa despercebido aos mais distraídos ou a quem não sente realmente a Natureza.


Sentei-me... senti uma chuva miudinha que me refrescava o rosto, não que eu precisasse pois o vento soprava frio e cortante. 
Senti a paz que sempre sinto nestes lugares, senti a felicidade do momento e um momento pode ser eterno... 









Dentro do carro apercebemos-mos que as cordas do baloiço estão a ser trocadas, decidimos regressar na manhã seguinte


O baloiço estava é minha medida e só para mim... balancei até me cansar...






terça-feira, 3 de novembro de 2020

(Re)descobrindo a Serra da Lousã - Passadiços da Ribeira de Quelhas


 Entre 2/3 a 5 de Outubro, foram muitos os portugueses que, aproveitando o feriado, partiram em busca de algo diferente da sua rotina habitual e nós não fomos excepção. Porém,  devido ao estado pandémico que se encontra o país e o mundo, decidimos remar um pouco "contra a maré" a fim de não encontrarmos grandes aglomerações, começo a sentir-me um pouco antissocial mas se é necessário, assim o farei.  

Na madrugada de sábado, por volta das 4:30h,  partimos em direcção à Serra da Lousã,  pernoitamos apenas uma noite e regressámos a casa são e salvos de pulmões oxigenados mente leve e corpo renovado. 

O dia amanhecera chuvoso e assim permaneceu, salvo algumas abertas, se por um lado nos desagradava caminhar debaixo de chuva miudinha, por outro era certeiro que seriam poucos ou nenhuns a se aventurarem como nós.

Estrategicamente construídos, junto à aldeia de Coentral, os Passadiços da Ribeira de Quelhas,  acompanham a mesma revelando e mantendo toda a beleza natural intacta. A estrutura de madeira (1200mt)  que se funde com a paisagem proporciona uma caminhada entre fragas de xisto e granito permitindo descobrir este bonito recanto da Serra da Lousã.

 A rudeza das imponentes fragas alertam-nos para a importância da preservação da Natureza e recordam-nos  que há territórios onde o homem não deve interferir.  Locais que pela sua beleza selvagem, quase virgem, têm de ser somente admirados. Resta aos visitantes não deixarem nada mais do que as suas pegadas e o seu olhar...


À entrada uma placa indica o caminho, ficámos curiosos com o "Percurso do Camelo" um dia regressamos para o descobrir. Agora era hora de aproveitar a aberta que S. Pedro nos tinha dado. São mais de mil degraus a subir e claro a descer.
Logo no início do percurso avistamos a ribeira onde a agua corre  num caudal não muito elevado, decerto que após as chuvas as cascatas que avistámos pelo caminho serão mais imponentes, ainda assim adorámos conhecer os Passadiços da Ribeira de Quelhas e como já habitual em nós, terminámos o passeio com a frase  do costume; um dia voltamos!