sábado, 3 de dezembro de 2016

No Trilho da Cascata de Anços


Amantes da natureza, eu particularmente, amante de  fotografia, há muito que planeávamos visitar estas cascatas aqui tão próximo.  
Um dia,  uns colegas e amigos da fotografia levaram-me a conhecer a cascata de Anços e de Fervença, desde então  a frase "um dia vamos lá" era referida diversas vezes aqui em casa, mas o passeio nunca acontecia. Outros destinos se sobrepunham e as mesmas iam ficando em lista de espera. No domingo passado decidimos ir à descoberta dessa jóia da natureza. 
 Sou bastante despistada,  mas com um pouco de pesquisa  e as indicações de um amigo, lá partimos. Eu de papel na mão / neste caso o GPS não me servia de muito,  pois não consegui  as coordenadas do lugar /   lá chegámos. 


Como chegar:

Esta cascata fica na aldeia de Anços. 
 Quem vem de Lisboa apanhar a IC 19. Antes de chegar a Sintra,  entrar na IC 16 direcção Mafra- Pêro Pinheiro, seguir esta estrada e  virar   para Maceira - Negrais. A seguir a Maceira e antes de Negrais encontra-se a aldeia de Anços, na Rua das Larangeiras,  encontra-se as placas informativas. / Cascatas /  Estacionámos o carro no final desta rua. 


Para chegar à cascata há que fazer um  curto percurso que se encontra assinalado.


Cautelosamente e com calçado adequado,  podem desfrutar deste pequeno paraíso escondido.
Não se esqueçam de o deixar como o encontraram, ou melhor. Infelizmente encontrámos algum lixo... recolhe-mo-lo e deixá-mo-lo no caixote de lixo que se encontra logo no inicio do percurso.  Nunca  entendi,  nem vejo necessidade de destruir o ambiente, muito menos quando as autarquias nos disponibilizam os meios necessários para o protegermos.


A dada altura, uma seta indica o lado direito /não está totalmente errado / contudo,  para se observar a parte mais espectacular da cascata, há que ignorar essa indicação e seguir em frente.


Atravessar o que resta deste moinho e aí sim alcançamos esta magnifica escada  d'agua em cascata


Só é possivel visualizar o inicio da cascata, atravessando o rio para a outra margem,  há dois modos de o conseguir, dependendo do caudal, ou se atravessa por esta ponte improvisada, ou atravessamos o rio se o caudal for baixo e estivermos de calçado apropriado.



Finalmente atingimos o inicio da queda de água. Corre bela e vigorosa. quedo-me ali por uns momentos para a captar na minha maquina  e guardá-la para sempre....


O sol vai baixo e há que regressar antes do anoitecer... decidimos seguir a seta que inicialmente tínhamos ignorado e a mesma leva-nos a um caminho ao longo do rio, avistamos mais uma pequena queda d'agua.



Regressámos ao carro já o céu se pintara de azul e violeta ... Anços estava conquistado ...


Não foi uma despedida.... foi até um dia...

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Um Passeio Romântico

Habitando tão perto da romântica, bela e pitoresca  vila de Sintra e com a vantagem de aos domingos de manhã, a entrada em todos os monumentos ser gratuita para os munícipes, são muitas as vezes que partimos redescobrindo recantos deste lugar. E se é verdade que já os conhecemos,  não é menos verdade,  que sempre nos espera algo por descobrir.

 Desta vez decidimos ir de comboio, dado a enorme dificuldade de conseguir estacionamento e assim aproveitámos e fizemos uma breve caminhada.


A poucos metros da estação, encontra-se o imponente e belo Palácio da Vila.  Vergonhosamente devo dizer que nunca o visitei por dentro...  outro passeio agendado e a não perder.


Pelo caminho admirávamos as centenárias e imponentes árvores que emolduram a estrada...


Muito me fascina o exotismo da natureza...


Parque da Pena


Chegámos ao Portão dos Lagos, onde podemos observar duas torres elípticas com um coroamento tipicamente medieval, esta terá sido a primeira entrada do Parque da Pena, construída na década de 40 séc. XIX .  Este  dá acesso ao Vale dos Lagos.


  No centro do lago,  destaca-se a  Pateira Acastelada uma edificação implantada sobre a ilha ao centro do lago de São Martinho e a Pateira octogonal edifício decorativo de arquitectura ornamental do séc. XIX


O romantismo monumental a exuberância  da natureza  e a imponência de ambos, transformaram este lugar, um recanto imperdível de Sintra.


A partir deste ponto, são muitas as sugestões de visitas a realizar. Tais como Palácio da Pena, Cruz Alta, Abegoaria, Estufas e Chalé da Condessa D'Edla. Decidimos ir na direcção do Chalé, seguindo as indicações marcadas no terreno.




 O Palácio da Pena impõem-se ora emoldurado entre  majestosas árvores, ora envolto na luxuriante vegetação.


Abegoaria edifício do séc. XIX, inclui sala de exposições e conferencias e alberga os serviços de gestão de turismo equestre.


Cavalo Ardennais, apoiam os trabalhos florestais e permitem passeios de charrete


 Estufas


Lago do Repuxo. este é um dos 158 lagos que conferem ambiência e romantismo ao Parque. o repuxo que lhe dá nome, sobe até quatro metros de altura


Estátua em broze de um guerreiro medieval de autoria do escultor. Ernesto Rusconi. Colocada sobre o topo de um penedo, possui uma inscrição com a data 1848. Julga-se que o guerreiro represente o rei D. Fernando II, como eterno guardião de sua obra, já que o escudo apresenta uma caravela com velas recolhidas  em alusão à chegada a bom porto deste príncipe alemão, que fez da sua pátria Portugal.


 Mesa da Rainha. Uma mesa de pedra em forma octogonal, tomou esta designação por ser um dos lugares preferidos da rainha D. Amélia.


Templo das Colunas. Oferta do pai de D. Fernando II a seu filho. A sua edificação foi iniciada no ano de 1844 no Alto de Santo António. Lugar privilegiado pelas magnificas vistas, entre elas a vista para o Palácio de Pena.


Na Copula da Fonte dos Passarinhos pode ler-se a seguinte inscrição me árabe _
" O Sultão D. Manuel II construiu esta capela bendita, em nome da Nossa  Senhora Maria da Pena, no anos de 1503, em comemoração do regresso a salvo de D. Vasco da Gama do descobrimento das terras e países que encontrou, isto é, o Cabo da Boa  Esperança, a Índia e outros. Pois sua Alteza o Sultão D. Fernando II, marido de sua majestade D: Maria II construiu desta maneira em muita magnificência real, no ano de 1840"


Tuia-Gigante - Árvore de 35 metros de altura  de copa piramidal  e casca espessa. Os ramos inferiores curvam até ao solo onde enraízam, retomando posteriormente a posição vertical. Plantado na época de D. Fernando II destaca-se das restantes espécies existentes no parque , devido ao  extraordinário desenvolvimento que atingiu.


A historia do parque conta-se também através das suas árvores.  E à sombras das diversas árvores  que nos acompanham durante todo o percurso , chegamos de novo à Vila de Sintra.



Terminou assim mais um  passeio pelos caminhos do romântico.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Cuevas de Arguedas

Existem lugares que nos transportam a outros continentes.
Estávamos em Espanha, tínhamos terminado de visitar as  Bardenas Reales, distrito de Navarra , um semi-deserto que nos encantou , quando  já no regresso "descobrimos" estas cuevas. A paisagem, as cores e até o calor abrasador que se fazia sentir naquela tarde, nos levava a um lugar longínquo e desconhecido... não sabíamos identifica-lo apenas nos sentíamos noutro continente. 
Após a visita a este local, a curiosidade de saber ao certo do que se tratava era muita, procuramos um posto de turismo e ali mesmo em Arguedas, nos inteiramos de tudo. 
Foi triste o que escutamos.. a paisagem era linda ( a meu ver ) a razão da sua existência uma triste e dura realidade... foram muitas as pessoas que coabitavam entre paredes com os seus animais, companheiros no árduo trabalho de agricultura, suportando os cheiros, vivendo sem água nem luz, enfim... sobrevivendo sem condições algumas... é triste....  Somos iguais só depois de vir a morte...  



As Cuevas de Arguedas, surgiram nos finais do séc. XIX, tornando-se o lar de "arguedanos" aqueles que não possuíam meios de pagar um alojamento. Receberam assim permissão para escavar o terreno e construírem as suas habitações.


As casas eram compostas por celeiros, corrais e o espaço de habitação, tudo no mesmo espaço. 
Em 1940, chegou-se a contar 52 cuevas/ casas. 
Nos anos 60, foi construído um bairro social afim de albergar estas famílias com dignidade.



Hoje restam vestígios desse tempo duro de outrora ... Tento esquecer a sua origem e sinto-me maravilhada com a exoticidade do local.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Voltámos às Faias


 O Outono chegou e com ele aquelas tonalidades que me deixam deslumbrada.  Dos castanhos aos dourados passando pelos amarelos com alguns verdes atrasados na sua maturação, as árvores deliciam qualquer amante de natureza e se se juntar amante de fotografia a coisa ganha ainda mais impacto.
Este ano o calor fez-se sentir até mais tarde o que atrasou o processo normal da maturação da folhagem, mesmo tendo essa informação, por parte do Sr. Rui da Casa do Pastor,  local onde ficamos confortavelmente  instalados lá fomos até ás Fais de São Lourenço., em Manteigas .
 No sábado, dia da nossa chegada e após termos percorrido alguns lugares emblemáticos da Serra, demos um saltinho ás faias com o intuito de ver o que nos esperava aquando a caminhada do dia seguinte. Em boa hora o fizemos, a neblina que se fazia sentir ao final da tarde,  enchia de magia este lugar, já por si muito belo.


Registei o momento e apesar de a folhagem ainda manter o seu verde, acordámos regressar no dia seguinte afim de fazer o percurso completo.





Coordenadas do Percurso

Mapa do Percurso 


 Como Chegar !

Quem vem de Manteigas,  seguindo a Estrada Nacional  232 direcção Seia,  a cerca de 3 km encontra  outra estrada do seu lado direito e na mesma,  podem ver-se estas placas informativas dos dois lados da estrada.


Seguir a estrada onde as mesmas se encontram e a cerca de 200 metros  estacionar o carro junto à
placa informativa do percurso.



Depois basta seguir as indicações.  ( Imagem retirada da Net )


O caminho encontra-se bem sinalizado, mas é preciso estar atento afim de evitar enganos. 



Após percorrer os  primeiros 200 a 300 metros por terreno plano, encontramos a única subida mais acentuada do percurso. ( aqui na imagem à esquerda )  No final dessa subida, encontra-se um pouco escondida, a Capela de São Lourenço, (   não tenho a noção da distancia, mas podem ver no mapa acima para terem uma ideia, a subida termina em  São Lourenço  )  vale a pena o curtíssimo desvio pelas vistas espectaculares que se obtém da mesma. 



Continuamos caminho por entre um pinheiral e chegamos ao Posto de Vigia . Aqui toma-se o caminho da esquerda ! Não vi sinalização...


Poucos metros á frente encontram a indicação das Faias.


 Faltam apenas 500 metros e entramos num bosque encantado


 Chegámos ás Faias. Tal como disse as cores este ano estão muito atrasadas, mas  o lugar não deixa de ter o seu encanto.


O mesmo lugar, um pouco mais à frente,  na mesma data no ano de 2015.  Sem tratamento de imagem. Cor Real ! 



Percorremos o restante caminho tão embrenhados na natureza que nem demos pelo mesmo.
E,  entre paragens para fotografar, apreciar e preparar o magusto, chegámos ao final do percurso.


  Ao fundo Manteigas repousava no vale coberto de vegetação ainda de cor veraneia.



Não fora a nossa visita  ao final do dia anterior, este ano as fotos da Faias de São Lourenço  não tinham sido satisfatórias. Contudo o contacto com a natureza compensa sempre.

Adorámos regressar ás Faias.

A nossa visita do ano passado aqui : http://ajouneyfortwo.blogspot.pt/2016/01/rota-das-faias.html