domingo, 15 de março de 2020

Rota dos Laranjais


Igreja do Santíssimo de Castelões

Junto à Igreja do Santíssimo em  Castelões, encontra-se a informação da Rota dos Laranjais, porém  é aconselhado iniciá-lo um pouco mais à frente, que foi o que fizemos,  mais propriamente junto ao Santuário do Coração de Maria, de onde a vista se perde por todo o Vale de Besteiros até à Serra da Estrela.

Santuário do Coração de Maria 

O início do percurso segue o circuito de manutenção numa descida bastante íngreme e sem grande interesse natural nesta altura do ano / Fevereiro/  mas logo nos apercebemos que esta caminhada nos irá surpreender e terminaremos a mesma muito mais ricos culturalmente e  regressaremos a casa de alma renovada.


As laranjas abundam e há quem não resista...


pior foi quando as provou, ao que parece são tão amargas que foi impossível comê-las,  o que me fez gargalhar e descansar, pois temia que o dono das mesmas nos confrontasse  o que seria legitimo.
Mais à frente em conversa com um Sr da terra, ficamos a saber que estas laranjas ficam comestíveis apenas no Verão e que podemos apanhar as que quisermos que ninguém nos dirá nada...? Contamos-lhe o sucedido e a sorrir diz-nos:_ Tenho ali à frente laranja da Baía venham que vos dou umas quantas...


Estávamos junto da Capela de Santo António, o Sr. João não só nos deu laranjas como nos falou um pouco dele e desta terra, aprendemos muito. Foi um momento bastante agradável.
 Antes de aqui chegarmos, passámos por vários laranjais, alguns inóspitos e selvagens, recobertos por uma variedade de vegetação como pinheiro bravo, eucalipto e acácias que sobressaem dos campos de pastagem e cultura tradicional.
No meio deste verde uma sinalização indica " Poço da Silveira" fazemos o curto desvio e ficamos maravilhados com aquele recanto que esconde uma bonita queda de água.












Percorremos o caminho passando por um antigo moinho e mais à frente a Fonte do Chafurdo e Fonte Funda,  ponto de encontro, em tempos idos,  das mulheres da aldeia enquanto abasteciam  bilhas de agua fresca.
Contornamos a Fonte Funda e o caminho continua entre pastos verdejantes até chegar a Quintal, consta que este nome se deve ao facto da família de Antero de Quental ter habitado aquele lugar e passamos pela Capela de Nossa Senhora da Conceição (séc. XVIII).













Subimos o caminho e passamos pela Capela de Santo António e é neste preciso momento que nos cruzamos com o simpático Sr. João. Diz-nos que a Capela de Santo António é do tempo dos Távoras, depois de nos oferecer laranjas  acompanha-nos na subida até uma bonita casa agora em abandono onde é ainda visível o brasão que se encontra numa das esquinas do edifício.  Explica-nos que é sinal de que o palacete pertencia a filho bastardo. Mostra-nos a Fonte de Santo António e chama-nos à atenção para estarmos atentos a um eucalipto centenário ( mais de 500 anos) segundo as suas palavras e à Quinta da Cruz, agora em ruínas.  Depois, havemos de chegar ao Cruzeiro, passar pela Capela de São Simão, recuperada com as esmolas de apenas treze habitantes da aldeia. Depois é prosseguir caminho até chegar à Rua principal, havemos de chegar à Central eléctrica, passar por mais duas povoações e após atravessar a Serra do Caramulo estaremos no ponto inicial da nossa caminhada.













O caminho encontra-se sinalizado mas o pedacinho de conversa com o Sr. João trouxe outro sabor a este passeio, pior foi fazer o desvio até à Central, sendo que já era tarde e os dias escurecem mais cedo acabámos a atravessar a Serra com lanterna do tlm.. um troço da mesma encontrava-se quase intransitável, com robustas árvores caídas (devido ao incêndio)  impedindo a passagem... É que os Municípios acham que só a partir da Primavera merece a pena cuidar do Património, isto porque pensámos fazer os Passadiços de Vila de Rei e foi-nos informados que estavam intransitáveis e só no  Verão reabriam ao publico...
Já se avista a Torre do Santuário do Coração de Maria, passamos por uma lindíssima cascata ainda faço um clik mas não fica bem. Fica a promessa de um dia retornar pois toda a ultima parte do percurso não foi apreciado como merece.
Quem sabe um dia...

Mapa do Percurso

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